Hoje meu discurso vai no profético sentido de que a economia, que por vocação genética é autossustentável, vai se recuperar em muito menos tempo do que os catastrofistas e terroristas torcedores contra, apregoam.
Mesmo no pico do pavor provocado pela pandemia que entendo já ter sido superado, a economia trata de se refazer do duro golpe que sofreu, principalmente a partir do fechamento do varejo e das pontas de lazer e diversão, molas propulsoras de todo o consumo do processo industrial e de todas as cadeias comerciais do planeta.
Senão vejamos num exercício rápido: não querendo acompanhar a nefasta e precipitada análise do companheiro Lula sobre as “vantagens” da pandemia, a indústria do álcool 70 deve ter alavancado suas vendas como nunca antes na história. O mesmo devem estar vivenciando os beneficiadores de álcool gel, para falar somente nesses dois produtos. O segmento de informática ainda deve estar contabilizando o crescimento de suas vendas de hardware e acessórios, devido às aulas a distância que passaram a ser a rotina diária pré-desejada por muitos adolescentes, da grande massa de estudantes em educação básica e ensino superior. Algo parecido deve ter ocorrido no consumo de lazer domiciliar com compras incontáveis de pacotes de filmes, games e entretenimento por parte de milhões de famílias no País. Pelo mesmo viés, pode-se imaginar a metragem de tecidos que desceu das prateleiras de todo o comércio nacional, certamente acompanhados da maior quilometragem de elástico de que já se teve notícia. A sofrida mão-de-obra informal que esse mesmo artesanato de emergência ocupou, deve ter garantido dezenas de milhões de refeições que os pequenos restaurantes trataram de preparar para delivery.
As lojas que vendem insumos para trabalhos manuais de costura e as que comercializam produtos alimentícios para a cozinha informal não pararam de vender, pois a renda pessoal caiu e era preciso reconquistá-la.
As farmácias atraíram consumidores de todos os perfis. Senão para buscar o tão desejado contraveneno do vírus, para fortalecer a imunidade e melhorar a autoestima através de vitaminas e cosméticos que turbinaram a saúde e a aparência visual de muitos.
O setor supermercadista festeja a venda estratosférica de cestas básicas que reacomodaram a venda tradicional em kits, capazes de cumprir solidariedade com o anônimo próximo, algo que andava tão em baixa nas últimas décadas.
Se a venda de gasolina e o preço obsceno do litro caíram- já não era sem tempo- e os hotéis amargaram um período de férias forçadas que doeu ardido no bolso, a criatividade e a improvisação falaram alto num momento em que a ordem era se virar nos 30. Pessoas que não tinham nenhuma habilidade na cozinha, passaram a tê-la incorporando aos seus currículos, novos atributos. Foi preciso entender na prática o significado do ditado, a dor ensina a gemer. Novas famílias aconteceram. Graças aos home-offices, pessoas que pouco se viam em casa, passaram a se conhecer melhor. Enfim, um novo mundo que se apresenta à nossa frente, passou a existir. Estamos dentro. E estamos juntos.